“MERDAS” que mulheres com deficiência ouvem diariamente

Mulheres “normais”  já ouvem muita “merda”, né? Então, mulheres com deficiência ouvem umas do tipo que muita gente nem imagina que é besteira.
E saem por aí falando achando que tá sendo gentil e educado, anjo imaculado cercado de boas intenções, mas geralmente tá sendo um chato desnecessário e ofensivo.
A seguir, algumas delas que, pfvrrr, vamos aprender pra não sair repetindo por aí:

“Nossa, mas você nem parece ser deficiente”:


Mil desculpas amigo eu perdi a aula que ensinava como faz para parecer ter uma deficiência. Caso não tenha reparado, deficiência pode ser física, auditiva, visual, até mesmo invisível e não dá para colocar as pessoas organizadas em prateleiras, por rótulos, porque, sempre bom lembrar, elas não são geléias. Até quem é, como eu, cadeirante, pode ser assim por causa de uma lesão medular, doença congênita, amputação, ou seja não dá pra achar que, por eu estar na cadeira de rodas, sou igual a conhecida de alguém que também está.
A próxima besteira é muito próxima da primeira e andam juntas.
“Tão linda e na cadeira de rodas ” *geralmente vem com carinha de pena*



Cara, eu sei que colocaram em sua cabeça que só mulher com os atributos x são bonitas, mas SURPRESA! Mulheres de todos os tamanhos, corpos, cores e jeitos podem ser bonitas, não precisa se espantar se a deficiência não “”””roubou”””” minha beleza.

“Nossa mas você com essa deficiência e é tão feliz”


A deficiência NÃO é uma ladra de felicidade.  É um aspecto importante, sim, mas eu sou o que sou hoje por causa da minha deficiência, apesar da minha deficiência, graças à minha deficiência. Quando alguém fala essa besteira o que parece é “acho tão, mas tão horrível que a pessoa tenha uma deficiência que eu só posso supor que ela seja infeliz.” Minha deficiência é algo que jamais deve ser ignorado ou minimizado, mas também não é o fim do mundo, sosseguem aí.

“O que você tem?”
Pergunta geralmente feita por estranhos, pessoas que nem bom dia te deram ainda. Não me importo de falar sobre o que tenho, aliás, quem se aproxima de mim saberá com pouco tempo o que tenho, não escondo. O problema é quando a pessoa, antes de te reconhecer como ser humano, acha que tá num show particular e você tá ali pra entretê-lo com alguma história épica sobre porque ficou numa cadeira de rodas. Eu, particularmente, já menti e falei que estava sentada ali porque queria mesmo ou por está cansada.

“Como é transar sem sentir nada lá embaixo?”



Primeiramente, quem te disse que não sente? Nem todas as pessoas que não andam perderam a sensibilidade em alguma parte do corpo. E depois, quem disse que para transar tem que sentir lá embaixo? Gente que não sente nada, nadica, tá transando muito e bem. Às vezes, até mais do que quem pergunta. Como se sexo se resumisse a penetração, a posições do “kama sutra”. Parem de presumir coisas sobre nós e ouçam um pouquinho.

Volto outro dia pra escrever sobre mais dessas besteirinhas que ouço diariamente. Eu falei que eram muitas… Beijos de luz!!

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